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sábado, 17 de agosto de 2013

Alguém roubou o meu relógio

  Nunca usei relógio. Algo no ato de usar um marcador de tempo colado ao corpo é muito simbólico para mim, me faz pensar sempre nas horas e no tempo que passa, no tempo que ainda ha. Sou uma pessoa meio atemporal; apesar de ser pontual, odeio pressa. sempre gostei de transitar pelas horas, viver pela intensidade e não pela duração. Sem modas, sem épocas, somente acelerada pela vontade. Mas ha doza horas da minha partida para a Costa Rica, minha vontade era de usar um duzia inteira de relogios, todos somados e ajustados num fuso horario que me afastasse e aproximasse ao maximo da minha partida. É um tanto quanto confuso, eu sei, e extremamente contraditório. Verdade seja dita, o que eu não quero é viver esse momento. Não quero terminar de arrumar minha mala, não quero dar adeus e ver quem amo chorar, e muito menos adeuses desnecessarios a pessoas cuja a falta nem vou sentir. Odeio esses falsos adeus. São pessoas que já partiram de meu coração há tempos, mas hoje só se torna físico. Eu sei que o fisico é necessario, e vou sentir falta dele. Mas algo no choro das pessoas me deixa imensamente triste, o que não combina com o que realmente sinto.
  Querendo, não querendo. Esse é o momento. De terminar minha mala, de dar adeuses que na verdade são só até logos, de terminar esse capitulo que pode ser até o último desse livro.
  Um breve registro- sou muito feliz, estou muito feliz. Em nenhum momento questiono minha decisão ou a verdade dos meus sentimentos. Quero partir, estou feliz por partir, e me sinto aqui pela metade já. Aos que choraram a minha partida e que sentiram minha falta, só queria dizer: nunca nada pareceu tão certo.