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quarta-feira, 19 de junho de 2013

O pote

  "Por que todo mundo fala que quer me colocar em um pote?!", ela falou em um dia qualquer. Eu ri, no dia era só uma piada mesmo. Tornou-se real, posteriormente. Ah, aquela grande, grande pessoa e tão diminuta. Eu não entendia na época o quanto a piada se tornaria algo sério para mim.
  É estranho, esse egoísmo do ser humano de querer privatizar tudo que gosta, fazer daquilo só seu. Eu não era menos humana e mundana que ninguém, mas ao ver seus olhos pela primeira vez foi que entendi que estava errada. Por mais que meu desejo fosse rouba-la só para mim, contar-lhe tudo, ouvi-la por horas e nunca dizer adeus, não era isso que eu devia fazer. Nem queria, no fundo no fundo. Olhei para ela, que se encontrava por breve tempo em meu pote em uma fria tarde na bolha e vi que ela não era minha, nem dele, nem dali e nem daquilo. Ela era do mundo. E eu também era - eramos tão aparentemente diferentes e realmente parecidas. Talvez eu a visse com olhos quase cristãos, de uma maneira que havia aprendido recentemente a ver todos: era só uma imagem ali na minha frente, um reflexo do todo que era. Era uma imagem, como cristãos veem a imagem de um santo. Mas eles não precisam da imagem do santo para sua fé perdurar, da mesma maneira que eu não precisei da imagem para meu amor nascer e viver.
  Me é conforto saber que, mesmo que longe, ela está por ai, no mundo, no seu canto do mundo. Está por aí fazendo pelos outros o que faz por mim, e isso me alegra. Esse é o porque de termos nos encontrado, afinal. Fecho meus olhos e posso imaginar sua risada que por pouco tempo encheu meus ouvidos e causou a minha, e é isso que eu desejo para o mundo. Não te quero parcialmente feliz na bolha e muito menos presa no pote. Quero é poder observar-te voar alto daqui do meu baixo, já que estou só a começar.

À minha querida; assim como ela me chama, assim como ela é.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Sale el sol


  Meu novo sol é metaforico, mas hoje nada brilha mais que ele.
  Meu sol é aquilo que vou observar de longe num dia qualquer e deixar que esquente meu corpo frio com seu calor, mesmo que distante como me encontro do céu. O meu sol é o que admirarei por sua grandeza e brilho, aquilo que me lembrarei toda vez que me esquecer de onde venho a caminhar. O meu sol é a minha mãe, a Giulia, o Victor, a Mariana e a Julia.
  Meu sol é a Sofia, que tem o tamanho de um satelite numerado e a importancia de um sistema solar inteiro, que me disse que quem acreditava sempre alcançava e que o sol ia voltar mais uma vez.
  Meu sol é todos os plutões que ficaram para tras e não são mais nomeados pelos cientistas. No coração e na mente das crianças, plutão sempre vai existir. Meu sol é tudo aquilo que não coloquei na mala mas é minha bagagem e que levarei comigo de alguma maneira. Meu sol é a Isabela, a Mariah, a Bianca, o Lucas, a Júlia Mendes.
  Meu sol é aquilo que vejo chegar cada vez mais perto desse foguete em disparada onde estou, a grama verde e distinta que avisto da janela do avião. Meu sol é a Marcela e o Andre.

  Meu sol são os sóis que acabam de se por, para no seu próximo dia nascerem ainda mais brilhantes. Meu sol é a Raísa, a Sameah.  Olho para o meu lado, e o sol esta lá. Não sou sol sozinha, e mesmo ele sendo brilhante como o Sol e tão constante quanto nessa jornada, é um pedaço da minha terra que tive a sorte de poder levar comigo. Meu sol é o Pietro.
  Meu sol são os meteoritos que dele se desprendem e se perdem com direção certa pelo mundo, levando a luz desse nosso sol por ai. Meu sol é a Leticia, a Tati, o Wesley, a Louise, o Noleto e o Fábio.
  Meu sol não se deu gradativamente como nasce nas montanhas pela manha. Meu sol entrou na mnha vida de sopetão e plantou em mim essa semente que me trouxe a vida. Meu sol é a Julia Athayde.
  Meu sol custou a nascer. Precisou de muito fogo para acender e queimar brilhante como hoje faz. Meu sol só existe graças aos que me deram combustivel para mante-lo. Meu sol é o meu comitê.
  Sofia estava certa. Hoje sai o meu sol, nasce para o mundo inteiro ver. Hoje isso se torna oficial. Em dois meses embarco para a Costa Rica, representando o sol, em nome do sol, com os meus sois, pelos meus sois. E ele brilha que doi, brilha ao ponto de me deixar cega, louca pela insana alegria de me queimar em toda essa luz. Sou Icaro e abraço o meu sol, embebida pela divindade de ter agora asas para voar, asas que nada podera tirar de mim. Hoje, eu viro sol.