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sábado, 27 de julho de 2013

O que nós somos é o que nós escondemos

  Ando tão sensível, como se não houvesse pele alguma me protegendo do mundo,  e se tudo que me tocasse atingisse diretamente minha mente, meu coração, meus sentimentos. Tudo que acontece no mundo se aplica numa magnitude estrondosamente maior à mim, o que não é de todo ruim. Um momento de alegria rotineiro acabo por guardar como memória inesquecível, todos os bons dias são os melhores da minha vida. Mas quando não está tudo bem... As vezes me acho exagerada demais, complicada demais, a flor da pele demais. Demais.
  Historias demais. Tenho historias demais. Ninguém sabe delas um terço. E por esse motivo me sinto julgada, super exposta e mal apreciada. Sinto falta da apreciação, não sinto da exposição. No sentido figurado da palavra que é: distorção forcada. Exemplo: “essa interpretação é um estupro do poema”. Estou farta de tantas distorções, de tanto ser forçada. De tantas memórias, de tantos estupros, e de tanto falar nas entrelinhas . Tanto.
  Nunca me senti tão bem comigo mesma, tão mal comigo mesma. Estou precisando de reformas, mas não sei fazê-las sem uma terceirização por menor que seja. O vândalo da minha fachada se foi, a dona da casa está de luto, o possível futuro pintor mudou de profissão. Virou reparador de outro tipo ou foi pintar telas puras e bonitas?

  Não suporto mais esse luto, essa cor preta que emagrece e me faz tão mal. Quero usar branco, quero ser pura. Não posso usar branco.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Botando para fora: bota-fora.

  Final de semana passado aconteceu o Bota Fora UWC Brasil. Que fim de semana... Me sinto estranha, escrevendo aqui de maneira totalmente descritiva. A verdade é que nenhuma palavra expressara a magia daqueles momentos, daquelas pessoas. Mas a descritiva é o que me resta:
  A Let (RCNUWC 13-15) chegou no dia 17 e dormiu aqui em casa. Rimos e conversamos até as quatro da manhã, como se realmente fossemos amigas ha anos (ele é negro?).

Let e eu, na praça da Sé, provando que existe amor em SP.

 No dia seguinte, nos encontramos com Sofia (UWC Mostar 12-14) e Pietro (UWCCR 13-15) no metrô, nosso ponto de encontro com Fábio (UWCSEA 13-15) e Noleto (UWC Mostar 13-15) e fomos para a casa de Pietro, onde esperamos Tati e Wesley (UWCAD 13-15). Resolvemos por passar o dia lá mesmo. Foi maravilhoso. Nunca em minha vida havia eu encontrado pessoas com quem eu podia discutir politica por duas horas e falar merda cinco minutos depois. Só faltou a Loui (MUWCI 13-15).

Fábio, Noleto, Tati, Pietro, Let, eu, Wesley e Loui.


  No dia seguinte que o bota-fora realmente começou. Uma enxurrada de rostos conhecidos que eu na verdade, não conhecia. Uma Sofia com uma cartolina nas mãos e correndo com suas pernas curtas pela nossa cidade em que me senti turista, envergonhadamente. É tão pouco, tão pouco que conheço da minha própria terra e estou a partir...
  Achei linda a preocupação dos que estavam organizando o bota-fora pra que ele desse certo. Mas a verdade é que, não precisava de nada. O que me capturou foram as pessoas, aquele sentimento em comum que todos dividiam. As coisas boas da vida são tão, tão simples. Me surpreendi, meio besta, ao perceber que o que eu queria escrever aqui, o que queria deixar registrado e passar para quem quer que leia são as coisas mais simples. Aqui fica a minha pequena lista de coisas para não esquecer:
  • o "nem vai rolar" do Noleto;
  • a umbanda. Que é uma religião 100% brasileira 
  • dançar com Wesley no mercadão
  • coroa norueguesa de Kelly
  • comer a outra metade de tudo que Pietro come
  • piadas de Juiz de Fora
  • o "tô rachando" da Silvia
  • risada da Kelly
  • comer grama com o Flávio
  • golden boy
  • o pequeno inteiro da Sofia; todo ele
  • Clara e sua polaroid hipster e suas maneiras amáveis
  A verdade talvez seja é que não quero entrar em detalhes sobre o bota fora porque quero monopolizar toda essa beleza e todo esse amor somente para mim e quem viveu isso comigo. Guardar nas minhas memórias e nos meus particulares o que foi esse momento único que, diferente do que eu imaginava, não me pareceu um 'tchau', e muito menos um fim. Foi um começo. Um 'olá', uma simples iniciação ao mundo que venho vivendo e só parece crescer. O começo de um infinito, do meu infinito. E eu me senti assim: infinita.

 co anos e segundos anos

co anos amados: Let, Fábio, Pietro, eu, Wesley e Noleto